9.4.09

o presente é tudo que temos.

Não vou falar sobre a Páscoa, nem sobre chocolate, nem sobre bacalhau.
Nem sobre as lembranças que ela me causa.
Não vou falar sobre a saudade, mesmo que ela tenha me perturbado ultimamente.
Também não vou citar os excessos de ontem e a falta que me causou hoje.
Percebe como não falando a gente pode falar muito?
Eis as contradições. 




6.4.09

orgulho.

Meu senso de observação às vezes é movido por sentimentos. Nos últimos tempos algumas mudanças foram postas em prática na minha vida e uma delas foi a leitura de um livrinho pequeno, cheio de letras pequenas e como mensagens escritas há alguns MUITOS anos. Mas não é sobre as minhas crenças ou sobre esse livro que eu quero falar, e sim, sobre algo que eu li nele. Sobre uma palavra chave: orgulho.
Em inúmeras esferas da minha vida eu sempre pude concluir que orgulho nunca é bom. Ok, mas ai alguém me diz que um pouquinho é. Pode até ser verdade, mas dúvido que alguém consiga medi-lo, controlá-lo. 
O orgulho é o pai da falta de comunicação, e a falta de comunicação é a mãe de todos os desentedimentos do mundo. O orgulho é indiretamente proporcional a tolerância, e a tolerância diretamente proporcional a felicidade entre as pessoas, entre os povos, entre os deuses. 
Então, pensando nisso você ainda acredita que o orgulho possa mesmo ser uma proteção? Sim, por que essa é a justificada utilizada pelos orgulhosos: defesa. Mas será mesmo defesa ou covardia? 
Será que se os povos fossem menos orgulhosos, a paz mundial não seria possível? Se os casais fossem menos orgulhosos o amor não seria mais verdadeiro? Se os parentes não lembrassem da existência do orgulho as famílias não continuariam sempre unidas?
Penso que o orgulho é só uma barreira pra felicidade, uma dificuldade imposta por nós, incríveis macaquinhos que andam eretos, pra fazer tudo ser mais difícil.


* E nada melhor pra esquecer o orgulho do que pagar um baita mico, ou melhor, pra fazer aquilo que a gente morre de vergonha mas não quer que ninguém veja. Esse menino aqui entendeu como funciona a coisa!

recomeços.

A gente se acostuma com a vida.
Acordar, tomar café da manhã, almoçar, trabalhar, estudar, jantar, dormir.
Pra complementar essa rotina arrumamos escapes: esportes, leitura, escontros, festas. E alguns vícios: bebida, cigarro, amor. A gente se acostuma a viver em família ou a viver sozinho. A ter uma rotina, um cotidiano e a esperar isso no dia seguinte. Mas se no dia seguinte tudo muda, o desespero tem início. O ser humano não está acostumado a circularidade da vida, apesar de ela ser óbvia. Nascemos, vivemos e morremos. E isso se aplica a tudo, afinal, tudo começa, se desenvolve, e uma hora ou outra termina. Mas se isso é previsível, porque então os embates finais são sempre os mais dolorosos? Porque o recomeço é muito mais difícil que os começo?
Cada vez mais concluo que o ser humano é um animal frágil, indefeso e coagido pela incerteza de não ter o domínio absoluto sobre a sua vida. Falsamente ele tenta maquiar esses medos através de novas tecnologias que parecem conseguir prever alguma coisa sobre o futuro. Mas quando a bateria acaba ou a rede perde a conexão voltamos a ser meros macaquinhos desenvolvidos que ao invés de livres, como pensamos, criam cada vez mais dependências, vícios e costumes.
Pra que no dia seguinte, se tudo mudar ou algo falhar, o desespero recomece.