8.7.09

novelas mentais.

Hoje foi um dia diferente. E tudo começou pelos meus sonhos. Tive algo, que não posso chamar de pesadelo, mas sim, um filme de terror se passando na minha cabeça e um dos personagens era eu. Pelo menos eu não morria no início, mas fica num respirador no final. Mórbido, sacas? Mas engraçado também, afinal o respirador era uma bomba de chimarrão.
Sonhos são realmente algo incrível, não? E eu vou contar um segredo, eu costumo fazer histórias na minha mente antes de dormir. E muitas dessas, se tornaram realidade. Essa "tradição" começou quando eu era pequena e extremamente ansiosa. Costumava ter insônia pensando na aula do dia seguinte e nas provas de matemática. Foi ai então que arrumei um jeito de pegar no sono e não ter dor de estômogo, era só imaginar algo que eu queria muito que acontecesse. Às vezes eram coisas divertidas, outras românticas. Algumas eu sabia que nunca iam realmente acontecer, mas outras, lá no fundinho, eu torcia para ser verdade.
Agora eu tenho 20 anos e meio e continuo fazendo o mesmo processo. Algumas noites caio no sono antes de terminar as histórias e deixo pro dia seguinte. Outras perco a noite inteira acertando os detalhes das minhas novelas mentais.
E o bom disso tudo é que eu continuo acreditando que algumas delas ainda vão ser verdade.

7.7.09

trair.

Acho que uma das coisas mais difíceis para o ser humano é ser fiel. Não falo aqui da fidelidade exclusiva entre homens e mulheres, mas de todos os relacionamentos humanos. É difícil ser fiel. E será que alguém tem idéia do porquê?

Acho que tudo começa na definição da palavra. Ser fiel parece ter o compromisso único e exclusivo com alguma coisa, e que qualquer pensamento contrário a isso está errado. Mas é aí que está o problema, a fidelidade não tem que ser uma proibição. Quando ela se torna uma proibição é porque de algum modo já não se é mais fiel. Ou seja, quem ensinou as crianças que de alguma forma ser fiel é uma obrigação, e que por outro lado, obrigações são ruins, foi responsável por essa áurea infiel em que nos encontramos.

E não é só a infidelidade carnal que eu falo, é a infidelidade de valores, de sentimentos, de atitudes.

Alguns explicariam a infidelidade carnal baseado no fato dos mls de silicone que andam por aí e dos corpos esculpidos cuidadosamente na academia. Sempre tem alguém mais bonito, e aí, como não cair na tentação de encostar? #ironia

Ironia porque o corpo é uma embalagem, e até onde eu sei, a gente costuma consumir o conteúdo e descartar a embalagem. Sem ser hipócrita e sendo publicitária de formação, admito que a embalagem é o que chama atenção e induz a venda, mas a qualidade do produto é o que mantém, sendo assim, porque ser infiel a um produto só por causa da embalagem do outro? Ainda mais quando a falta de qualidade está atestada pela industrialização extrema do mesmo.

Tudo se explica na falta de comprometimento com a fidelidade emocional.O relacionamento não deve ser uma compra de ocasião, daquelas em que há pouco envolvimento entre as duas partes da compra. Ao contrário, ela deve ser vista como um investimento a longo prazo, com muita pesquisa de preço e certeza de que esse é um bem duradouro.

Isso se aplica a qualquer tipo de relacionamento, amoroso, de amizade ou de negócios. O impulso é o maior inimigo da fidelidade. E a fidelidade não é um bicho de sete cabeças, não é algo ruim e sim algo tranqüilizador. É aquela certeza que todos querem ter de colocar a cabeça no travesseiro e de que no dia seguinte as coisas continuem bem.