16.5.09

um dia.

Um dia você acorda olha pela janela e percebe um pássaro que voa rapidamente por entre os arbustos do terreno baldio ao lado. Ele parece solitário, mas não triste. As cores dele não são tão encantadoras quanto a de um agaporne, mas de todo o jeito ele é bonito e parece forte. E é exatamente isso que te chama atenção: a fortaleza dele. Tão seguro, tão despreocupado como o sol de inverno. 
Sol de inverno que bate na sua janela e te faz franzir os olhos com cuidado. Você respira fundo e percebe que aquele é um dia silencioso. Apesar disso, escuta baixinho, o som que vem do apartamento ao lado, a voz é conhecida, Morrissey. Há um lugar ao sol para qualquer um, que tenha a força de correr atrás dele, diz a melodia. Parece uma mensagem vinda especialmente para acalmar o seu coração e atiçar a sua mente. 
Você então se senta e sente que sua mente voa. Milhões de palavras se atropelam e todas parecem te amarrar. Suas mãos pesam, assim como os seus pés. Seus olhos já não enxergam aquilo que o sol ilumina. Você começa a discordar do ar que respira e desprezar o que o seu corpo toca. 
Eu só queria parar o mundo. Eu só queria parar o mundo. Eu só queria parar o mundo.
Essa frase se repente infinitamente na sua mente. Você sente raiva por alguns minutos, mas isso passa e você não sente mais nada. O descontentamento com as coisas do mundo, desaparece. A hiprocrisia humana, a violência, o descuido com o meio-ambiente, os sorrisos falsos, as palavras estúpidas, as crianças morrendo, os animais sendo mal tratados, os políticos desviando, a sociedade sendo mesquinha; nada disso faz diferença. 
Então, você levanta da cama, toma um banho, coloca sua roupa, se olha no espelho e volta ao seu cotidiano.
Afinal, você é humano, e humanos não devem pensar.

14.5.09

semana.

Se não fosse o sono eu escreveria algo interessante. Eu juro. Mas pra mim quinta-feira é a minha sexta-feira, ou seja, quando todo cansaço da semana se acumula.
Bem verdade que essa semana eu não fui muito produtiva. Segunda-feira passei o dia sentada em um lugar gostoso e com pessoas incríveis discutindo sobre paleotocas. Ok, as paleotocas foram só a piada da tarde. Antes disso vi uma aula de medicina, e descobri que existem desfibriladores automáticos que resolvem a vida de quem não sabe fazer massagem cardiaca (no caso, a maioria da população). Foi interessante ver uma aula que não fosse repleta de publicitários, afinal, eu sempre penso que faculdade de Publicidade e Propaganda é um mundo a parte. 
Já na terça-feira vi o show do Oasis, e me desculpem os fãs de carterinha mas eu considero que foi bom, e não tão excelente quanto eu imaginava. Mas eu explico porquê: a música é ótimo e os caras são muito bons no que fazem, no entanto, apesar de eu saber que eles são blasés e tal, eles poderiam fazer mais do que só tocar. Pra completar, o calor insuportável deixou meu cerebro sem oxigênio suficiente pra conseguir cantar em inglês letras que eu não sabia e o pouco ar que eu tinha tava contaminado pela erva do diabo. Interessante foi escutar os comentários da platéia. Teve um pessoal do meu lado que acordou metade da agenda telefônica pra tentar fazer inveja e dizer que tava no show. Teve gente que devia tá num oasis mesmo, num oasis mental na terra do nunca. Ah, e pra fechar a noite olhei pro palco e vi Jesus sentado nos teclados. Memorável!
Bom, a quarta e a quinta foram de estudo, e agora eu espero a sexta pra subir a serra e me deliciar com bons vinhos. Por sinal, uma dica pra quem gosta do líquido preferido de Bakos: experimentem o vinho e o espumante da Marson, é ótimo. Dá pra ter orgulho dos nossos vinhedos.