13.10.10

e a saudade?

Às vezes a gente sente saudade sem ter que ir viajar ou morar longe.
Sente saudade de quem tá na mesma cidade, mas que por culpa do dia-a-dia e de outras coisas da vida, não conseguimos encontrar.

Às vezes a gente sente saudade de quem vemos/conversamos/sentimos todo dia, mas que de alguma forma não é suficiente.
Talvez porque a cabeça voa ou o corpo fica distante.

Às vezes a gente sente saudade mesmo tendo contato pelo celular, MSN, Facebook, Twitter, e-mail e blog.
Talvez porque as palavras não sejam suficientes, 140 caracteres sejam muito breves e a voz pelo celular não seja igual quando ouvida cara-a-cara.

Às vezes a gente não percebe que sente saudade.

E têm outras vezes a gente não sente saudade. 

11.10.10

Oremos!

No dia 28 de agosto me formei. Não vou dizer que "finalmente", porque a faculdade passou muito mais rápido do que eu esperava. No entanto, não vou negar que foi um momento marcante e inesquecível.
Inclusive tive a honra de ser, juntamente com o meu colega Lucas Coelho, oradora dos formandos 2010/1 de Publicidade e Propaganda pela ESPM.
Vou dividir com vocês o nosso discurso.

DIRETORES DA ESPM PORTO ALEGRE, PROFESSORES, FAMILIARES, AMIGOS, QUERIDOS COLEGAS, BOA NOITE.

SABEMOS QUE FOMOS ESCOLHIDOS POR VOCÊS PARA SERMOS OS ORADORES E PREPARARMOS O DISCURSO DESSA NOITE TÃO ESPECIAL PARA TODOS NÓS. NO ENTANTO, NÃO FAREMOS ISSO. ESSA NOITE NÓS ESTAMOS AQUI PARA CONVERSAR COM VOCÊS. E MÓDESTIA A PARTE DEPOIS DE TODOS OS TRABALHOS APRESENTADOS DURANTE ESSES ANOS E DAS BANCAS ENFRETADAS, A GENTE CONSEGUE SE VIRAR.

ANTES DE MAIS NADA UM CONSELHO NO MELHOR ESTILO PEDRO BIAL: TOMEM RED BULL.

E UMA PERGUNTA: VOCÊS SABEM DO QUE É FEITO UM GRANDE PUBLICITÁRIO?

DIZEM QUE O QUE FAZ UM PUBLICITÁRIO DE SUCESSO NÃO SÃO OS CASES QUE ELE CONHECE, E SIM, OS CAUSOS QUE ELE VIVEU. SÃO AS HISTÓRIAS QUE ELE NÃO VAI CONTAR PARA OS NETOS, OS PERSONAGENS ÚNICOS QUE ELE CONHECEU NUMA NOITE CHUVOSA DE TERÇA-FEIRA, AS REVISTAS VELHAS QUE ELE ENCONTROU NA GARAGEM DA FAMÍLIA.SÃO AS CONVERSAS QUE ELE OUVIU DA MESA AO LADO, OS ACONTECIMENTOS QUE ELE PRESENCIOU NO ÔNIBUS INDO PRA FACULDADE, AS FILOSOFIAS QUE ELE CRIOU NAS MESAS DE BAR PELAS QUAIS PASSOU. SÃO AQUELAS IDEIAS QUE ELE ANOTOU NO CADERNINHO QUANDO ESTAVA NO 1° SEMESTRE DA FACULDADE DURANTE UMA AULA DE TEORIA DA COMUNICAÇÃO E OS LIVROS QUE LEU SEM PRETENSÃO NO VERÃO QUANDO AINDA NÃO ERA ESTAGIÁRIO.

UM VEZ EM UM DISCURSO DE UMA FACULDADE DE MEDICINA, A ORADORA ALERTOU OS SEU COLEGAS: “NÓS ESTAMOS AQUI PARA CUIDAR DE VIDAS!!!”.
POIS TENHO UM ALERTA PARA FAZER A VOCÊS: NÓS TAMBÉM! PORÉM NÓS CUIDAMOS DE MARCAS E POSSUÍMOS UM PODER QUE NEM O MAIS SENSACIONAL DOS MÉDICOS POSSUI: O PODER DE RESSUSCITAR. POIS COM UM BELO PLANEJAMENTO DE MARKETING E UMA BOA COMUNICAÇÃO, ISSO É POSSÍVEL. PORÉM NÃO PENSE QUE ISSO É MOLEZA E QUE UM BRAINSTORM PODE RESOLVER QUALQUER PROBLEMA.

AO DECIDIRMOS SER PUBLICITÁRIOS ACEITAMOS NOS DEDICAR, MESMO QUE INCONSCIENTEMENTE, 24H A ESTÁ PROFISSÃO. MAS AO CONTRÁRIO DO QUE MUITOS DIZEM, SER UM PUBLICITÁRIO NÃO É APENAS ESTAR RODEADO DE MODELOS BONITAS, ESTAR PRESENTES NAS MELHORES FESTAS, USAR ROUPAS COLORIDAS E GANHAR MUITO DINHEIRO FAZENDO TROCADILHOS. TALVEZ FOSSE ISSO QUE A GENTE ESPERAVA QUANDO FIZEMOS O VESTIBULAR, MAS ACHO QUE HOJE, A GENTE SABE MUITO BEM QUE A NOSSA PROFISSÃO É MUITO MAIS COMPLEXA.

PUBLICIDADE ENVOLVE TER QUE ATENDER O CELULAR À MEIA NOITE E OUVIR AQUELE CLIENTE PEDIR PARA VOCÊ TROCAR TODA A CAMPANHA QUE JÁ FOI ENVIADA PARA A GRÁFICA. ENVOLVE MUITAS VEZES ESQUECER O SIGNIFICADO DE UM FINAL DE SEMANA. MAS PRINCIPALMENTE, ENVOLVE NÃO TER PRECONCEITOS, TER UM CORAÇÃO ABERTO E UMA MENTE QUE NÃO SE PRENDA A QUALQUER LIMITE.

NISSO ESSES ANOS DE ESPM FORAM GRANDES PROFESSORES. AFINAL, ME LEMBRO BEM DO 1° SEMESTRE DA FACULDADE QUANDO EM UMA MESMA SALA SE REUNIRAM PESSOAS COMPLETAMENTE DIFERENTES. ERAM SOTAQUES OPOSTOS, COSTUMES CONFLITANTES. PESSOAL DA FRONTEIRA, DA SERRA, DA CAPITAL, DO INTERIOR, TODOS JUNTOS TENTANDO SE ENTENDER. EMOS, PATRICINHAS, ROCKERS, PAGODEIROS, HIPPIES; RÓTULOS QUE AOS POUCOS FORAM SENDO ABANDONADOS E SUBSTITUIDOS POR UMA SÓ NOMEAÇÃO: PUBLICITÁRIOS.

ENQUANTO APRENDIAMOS AS TEORIAS DE KOTLER, AS MATRIZES DE PORTER, O PRISMA DE KAPFERER, OS FILTROS DO PHOTOSHOP; APRENDIAMOS TAMBÉM A CONVIVER, A DEIXAR DE LADO QUALQUER PRÉ-JULGAMENTO.
E ESSE ABANDONO DE PRECONCEITOS, MEUS CAROS COLEGAS, FOI O MAIOR DOS APRENDIZADOS QUE TIVEMOS AQUI. APRENDIZADO QUE NOS PROPORCIONARÁ NÃO SÓ SER GRANDES PROFISSIONAIS, MAS TAMBÉM GRANDES PESSOAS. FORTES NOS NOSSOS IDEAIS E ÉTICA, MAS MUTANTES O SUFICIENTE PARA SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO, SEJA ELE O CONSUMIDOR OU O PRÓXIMO

E É CLARO QUE EM MEIO A ESSA DIVERSIDADE QUE CONTRIBUIU TÃO FORTEMENTE PARA A FORMAÇÃO, NÃO PODEMOS DEIXAR DE AGRADECER AOS PROFESSORES. AQUELES QUE, NA SUA EXCENTRICIDADE INDIVIDUAL, NOS TRANSMITIRAM ALÉM DE CONTEÚDO, EXPERIÊNCIAS DE VIDA IMPAGÁVEIS. A VOCÊS O NOSSO MUITO OBRIGADA, E A CERTEZA DE QUE AINDA NOS ENCONTRAREMOS MUITAS VEZES NA VIDA.
AS NOSSAS FAMÍLIAS, AGRADECEMOS POR TODO APOIO E PRINCIPALMENTE, POR NUNCA TEREM LIMITADO A NOSSA CRIATIVIDADE E NOS PERMITIDO CONTINUAR ACREDITANDO QUE AINDA VAMOS GANHAR DINHEIRO SENDO PUBLICITÁRIOS.

BRINCADEIRAS A PARTE, QUERIDOS COLEGAS, O CAPÍTULO QUE HOJE ENCERRAMOS, É NA VERDADE O PREFÁCIO DE UMA GRANDE HISTÓRIA A SER CONSTRUIDA POR CADA UM DE NÓS. UMA HISTÓRIA QUE TEM COMO TRAMA A PAIXÃO PELO QUE FAZEMOS, A CURIOSIDADE INSACIÁVEL PELAS COISAS DO MUNDO E O PRAZER EM CONVIVER COM OS MAIS DIVERSOS TIPOS DE PESSOAS.
HOJE SAIMOS DAQUI SENDO MUITOS EM UM. E CERTOS DA PROMESSA DE QUE AINDA VAMOS NOS REENCONTRAR MUITAS VEZES.

MUITO OBRIGADO!

E TOMEM RED BULL, VOCÊS VÃO PRECISAR!

22.9.10

Live your dream and wear your passion.

Minha maior paixão talvez seja observar. Observar as pessoas, o mundo, as ruas. Me observar.
E acredito que esse seja um dos exercícios mais grandiosos e proveitosos a se praticar. 
O nome desse blog, pra quem não sabe, vem exatamente dessa prática. Desde pequena costumava prestar atenção em tudo que se passava, inclusive naquilo que não devia. Por isso, meu pai me apelidou de Parabólica. Quando criança talvez isso fosse motivo para eu ser considerada uma filha (sobrinha, aluna, irmã) xereta, mas hoje, é a característica que me diferencia e me faz adorar a profissão que pratico.
Toda essa introdução é pra esclarecer o por que deste blog não tratar de um assunto pré-definido e ir de críticas sociais à devaneios românticos em apenas alguns posts. 
É também para expor aquilo que de mais importante eu descobri a partir dessa minha "mania". A beleza que se encontra na diferença da forma de ser de cada um. Nos gostos, nas preferências, nas diferentes formas de ver o mundo. E a importância de largar preconceitos para viver de forma plena.
Existe algo de apaixonante na nossa existência, na excentricidade individual de cada um. E isso é o que eu considero a melhor definição de LIVE STRONG. É viver a nossa totalidade como seres heretogêneos, que nascem sozinhos, mas que dependem fortemente da existência dos outros indivíduos para sermos realmente completos. 
Viver é ir além do hedonismo superficial com o qual nos acostumamos e que nos limita nas nossas experiências de vida. Viver de maneira completa é ter paixão pelos dias que vivemos, pelas pessoas que conhecemos, pelos lugares que visitamos. É suspirar de amor pela simples ideia da existência do dia seguinte. 
É dar significado aos nossos atos, procurando dar significado aos dias que vivermos.



21.9.10

passou.

Por muitas vezes eu senti como se estivesse me perdendo.

Como se nada fizesse sentido, nem minha voz, nem meus pensamentos, muito menos a forma como minhas mãos se comportavam. Eu havia perdido o sentido, cada vez que tentava encontrar um significado. 
Nos dias, nas horas, nas angústias, nas ansiedades, nas verdades para que não fossem mentiras.
Insisti até que enlouqueci. No branco dos meus pensamentos, das folhas que não escrevi. 
Mas foi na loucura que encontrei a sanidade. Do corpo, da alma, do coração. 
Foi quando perdi o fôlego que aprendi a ver na chuva o aviso de um novo dia, a perceber que a tempestade às vezes vem pra destruir aquilo que não deve mais existir.

Por aqui, choveu por muitos dias. 
Mas agora não chove mais.

E as lembranças daqueles dias?
Se apagaram com a chuva.










27.7.10

a volta dos que não foram.

Julho chegou e agosto se aproxima, e depois de uns meses afastada do Parabólica, voltei. As explicações para as minhas férias forçadas são a mesma chatice que por esses meses repeti: TCC. Quando se precisa chegar em casa e escrever obrigatoriamente sobre o mesmo assunto durante 4 meses, de alguma forma a mente foge dos bons e criativos pensamentos e os dedos se negam a passar a madrugada escrevendo, mesmo que sob aleatoriedade. 
Aos que não sabem minha monografia explorou o marketing na Igreja Universal do Reino de Deus. Temática que muito me acrescentou e a outros tantos surpreendeu, como diria minha mãe "Bruna, eu e tua irmã nos perguntavamos, por que cargas d'água tu escolheste justamente esse tema?". E como eu respondi durante esses meses a todos que me perguntaram: porquê não há nada mais curioso do que a fé, do que a necessidade do homem de ter no que acreditar e do quanto essa crença move o mundo. Como publicitária, o capitalismo selvagem que move a minha profissão necessita desse entendimento, pois no fundo o que queremos é que os nossos consumidores tenham fé nas marcas e tornem-se fiéis.
As analogias entre a religião e o consumo não param por aí e muitas vezes superam a simples utilização de termos semelhantes, chegando a paracer-se também nas técnicas empregadas.
Em breve, postarei com mais aprofundamento sobre o assunto. Afinal, o TCC é praticamente um filho gerado a fórceps, mas que quando nasce nos enche de orgulho.

Fico feliz de estar de volta e prometo que nunca mais abandonarei por tanto tempo o Parabólica.


13.4.10

Prostituiram a minha profissão. E agora?

O post de hoje nasceu de algo que acabo de ler em um fórum de discussões. Nele, "designers" e leigos discutiam sobre quanto poderia cobrar-se por um logo. A discussão em si já é o princípio do problema, mas uma resposta de um dos envolvidos sugerindo que "20 pila" era suficiente foi o que me chamou a atenção. Para completar, em um outro site vendem-se logos por R$500 parcelados no cartão de crédito e incluindo Manual de Identidade Visual e papelaria.

Foi ai que, de tudo isso um único pensamento invadiu a minha mente (desculpem os palavrões): 
"Transformaram a publicidade/design em uma p#ta pobre!"

Pra mim é muito difícil entender como podemos chegar a esse patamar, ainda mais no momento econômico que vivemos. Pra começo de conversa a nova lógica capitalista, a qual afeta consumidores - os quais exigem produtos que reflitam a sua personalidade; e produtores - os quais necessitam pensar os seus produtos orientados para os seus consumidores, aumenta a responsabilidade daqueles que pensam a construção do valor simbólico de bens e serviços. Afinal, é realidade conhecida que para sobreviver na selva de organizações globais, as quais produzem globalmente e assim concorrem globalmente, é necessário muito mais do que um produto e sim uma marca que fale e valha por si.


Além disso, fazer publicidade ou pensar design não é um trabalho braçal e sim uma organização de pensamentos e conhecimentos das mais diversas esferas: pscicologia, econômia, artes, semiótica e tantas outras que tornam-se necessárias dependendo de cada caso. Requer tempo e dedicação.


O problema não é cobrar 20 ou 500 reais por um logo e sim perceber que o precificam como se fosse um trabalho mecânico, igual para todos os casos. Não é assim. A criação de um logo, pra começo de conversa, é só a ponta de um iceberg, nenhuma empresa existe sem, mas também não passa da mediocricidade só com isso. 
Isso vale na mesma proporção para aquelas empresas que chegam para uma agência e dizem "faz um anuncinho ai" (quando elas dizem isso, por sinal, esperem que elas também vão pagar qualquer coisinha). Ou para aqueles clientes que mandam fazer o site com o sobrinho que fez um cursinho de corel mês passado.


Não vou comparar a comunicação com outras profissões, pois acho ignorância fazer isso em qualquer caso, mas é importante ressaltar que, apesar de não matar ninguém, ela implica responsabilidade e conhecimento como qualquer outra. Nosso trabalho afeta diretamente a vida das pessoas, no que elas consomem, querem ser e são.

Para encerrar, acho importante fazer duas considerações. A primeira é que nós comunicadores somos responsáveis por isso, afinal quando concordamos com isso estamos assinando o atestado de que o nosso trabalho vale pouco. A segunda, empresas queridas (principalmente aqui da região) lembrem-se que a sua marca (a qual não é só o logo, mas tudo que lembram sobre a tua empresa) é aquilo que falará por ti enquanto dormes.

(essa discussão continua uma hora dessas)


4.4.10

uhmmm o amor.

Começo o post de hoje revelando a minha surpresa quanto aos desdobramentos que os meus últimos posts tiveram. Eu que sempre fui acostumada a escrever com o coração e sobre o coração, nunca havia me deparado com a repercussão que algumas críticas racionais podem ter. Felizmente colhi muita coisa positiva e alcancei parcialmente o objetivo que tenho com esse blog: despertar questionamentos nas pessoas. Os mesmos que me rodeiam e alguns diferentes, que cada um produz a partir das suas próprias experiências. Os acessos nos dias desses posts foram muito superiores do normalmente, e provaram o quanto tem gente com reclames engasgados na garganta assim como eu.
Obviamente não agradei a todos e nem é esse o meu objetivo, afinal, a beleza do ser humano está na individualidade das suas opiniões. Aquele clichê serve aqui, "o que seria do vermelho se todos gostassem do azul?", não é mesmo? Fico lisonjeada por aqueles que entendem isso e que não misturam críticas gerais e desprovidas de qualquer maldade, com "cutucadas" pessoais. 
E mais, fico agradecida por aqueles que utilizam de argumentos dotados de inteligência e teoria para discutir e contrapor qualquer assunto e não tentam se impor através de "achismos", "julgamentos" ou "desmoralizações".


Feito esse parecer, vamos escrever com o coração. 
Já faz algum tempo que eu não faço isso, e explico o porquê: tenho duvidado de qualquer afirmação sobre o coração. Experiências pessoais me fizeram acreditar que os sentimentos não são nenhum pouco previsíveis. Mas algumas coisas eu entendi, lá vai.

1 - O amor é algo que nos sugestionamos a sentir. Isso não quer dizer que ele não exista, mas por abstrato e intangível cada um o sente de uma forma.

2- O amor não é algo mensurável. Dizer "eu nunca amei alguém como eu te amo" é algo óbvio e redundante. Afinal, cada amor é singular na sua existência. Não acredito que se ame mais ou menos, apenas se ame pessoas diferentes.

3- O amor não acaba. Ele simplesmente não era um amor para sempre.

4- O amor se confunde. Com a posse, com o ciúmes, com o carinho, com o sexo, com a conveniência, com o comodismo.

5- O amor não é só sorrisos. Desconfie de casais que nunca brigam, que concordam com tudo. Desconfie também daqueles que escondem suas brigas.

6- Cada amor é um amor. E a sua história não deve ser apagada, deletada ou excluída. (de forma prolixa mesmo)

7- Para encontrar um novo amor é preciso querer. Se você ainda ama o ex, desista, ninguém vai ser bom o bastante. Se você não ama mais o ex e quer mesmo ser feliz de novo, vá em frente, sorria, se abra, se sugestione, acredite. Mesmo que no começo não sinta nada. 

8- Os relógios sentimentais nem sempre são bem regulados. Então, tome cuidado.

9- Esqueça todas as anteriores. O teu amor é teu, só teu. E ninguém sabe dizer nada a respeito.


25.3.10

inclusão digital

O post de hoje nasceu de um desabafo meu no twitter ontem e  de posteriores comentários junto com o sr. @angelo_borges. 
Reclamava eu ontem de alguns novos usuários do Twitter, particularmente do sexo feminino. Dizia que não entendia a lógica das meninas que colocam como plano de fundo do seu profile twitesco uma foto sua sécçi, de bíquini, com decote, bundão, peitão e coisas do gênero. Sei que o narcisismo, marca forte da nossa Era, impera entre a maior parte dos indivíduos, mas acho que esse tipo de apelo traz consigo outro perigo. O perigo ao bom uso das ferramentas virtuais. 
Afinal, o que vemos acontecer é todas as ferramentas se confundirem em seus própositos. Sei que regras não se aplicam facilmente ao mundo virtual, e que exatamente é essa possibilidade de adaptação que faz os olhos da sociedade brilharem em relação a internet. Mas não seria bom que as pessoas soubesse usar cada coisa para a finalidade certa?
Já estragaram o orkut, o facebook corre perigo, vamos ao menos salvar o Twitter.
Afinal, ele que parecia tão sem propósito, tornou-se com a ajuda da inteligência e criatividade de muitos, uma ferramenta útil para todos. São informações em forma dos mais diversos links compartilhadas instantaneamente à quem possa interessar. Quem sabe seguir as pessoas certas, entende do que eu estou falando. Vamos evitar que o Twitter se torne um novo Scrapbook, com o exclusivo fim de voyerizar a vida alheia. 
Infelizmente a inclusão digital não é sinônimo de cultura. Voltamos sempre aquela premissa de a ignorância é uma escolha própria e não é culpa de ninguém. Com condições economicas ou não, cabe a cada um correr atrás de conhecimento, sabendo utilizar para boas finalidades as ferramentas oferecidas. 

Para finalizar, uma dica as meninas descoladas que acham que o twitter é o novo orkut: amigas, não é! Aproveitem esses diversos canais de comunicação para se aprimorar, lembrem-se que a inteligência é a única coisa que não envelhece e nem fica enrugada.

Seja legal, seja inteligente.

17.3.10

pelo respeito aos nossos olhos.

Nos últimos tempos tenho passado boa parte do meu tempo no Centro de Caxias, sendo assim, algumas percepções que antes eram somente impressões tornaram-se hoje uma certeza de incomodo.
Para os que não sabem, trago a tona que sou publicitária de formação, mas ao contrário do senso comum não sou grande fã de aglomerados de comunicação nas ruas; e surpreendan-se, sou até a favor da Lei Cidade Limpa que foi aplicada em São Paulo. 
Sendo assim, se tem algo que me aborrece profundamente ao andar pelo centro da nossa cidade é me deparar com luminosos gigantes nas fachadas de lojas que ocupam prédios antigos da nossa cidade. Já falei aqui e repito que a arquitetura é uma forma de arte permanente e vísivel a todos. Quantas vezes escuto muitos comentarem "Ah, como Buenos Aires é bonita, toda aquela arquitetura conservada", o mesmo se repete quanto a Paris e outras diversas cidades europeias. 
Certo que Caxias possui um número muito menor de prédios antigos devido a sua pouca idade de existência, mas percebe-se muito menos a existência deles, pois a maioria está escondido atrás de placas enormes, feias e sem necessidade.
(O super Cesa tinha conseguido manter o bom senso, 
mas o IMEC destruiu)

Me pergunto: quem faz isso? Quais os princípios utilizados para justificar a necessidade de ter o nome da tua loja ou qualquer outro segmento comercial estampado em toda a área da tua fachada? Qual teórico de marketing ou comunicação pode ser usado na defesa?
A resposta: NENHUM.
Quem faz essas agressões a paisagem urbana da cidade não deve ter (além de escrúpulos) qualquer conhecimento sobre comunicação visual, branding, arte ou arquitetura. São daqueles tipos de roedores  que acreditam que "botar o logo lá, bem grande" é solução pra alguma coisa. Mas a culpa, dique bem claro, não se encontra só nos profissionais da comunicação, mas em toda a cadeia produtiva envolvida. Esta nos donos desses estabelecimentos, que sem cultura sobre mercadologia e sem bom gosto nato querem aparecer a qualquer custo. Esta na prefeitura que não impõe regras e nem incentivos, para que a arquitetura antiga seja REALMENTE preservada (e posteriormente utilizada como chamarisco para turistas, caso o bem estar da população não seja motivo tão interessante). E esta em nós população e consumidores que ignoramos esse fato, mesmo que os olhos não se sintam a vontade, e continuamos calados e comprando nesses estabelecimentos.
(a fachada linda e reformada se esconde atrás de um letreiro gigante. 
Eu não iria num dentista como esse mau gosto.)

A comunicação e arquitetura devem, adivinhem, se comunicar. 
Uma bela fachada agrega valor a sua marca. E mais, senhor lojista, não é necessário uma placa ENORME para que saibam da tua existência. Na maioria das vezes isso é disperdicio, afinal o pedestre não olha pra cima.
Então, por favor, vamos trabalhar o bom senso e a estética, e lembrar que uma cidade bonita ajuda no bem estar de todos nós.
(ps. você não vai faturar menos por ter uma placa menor, ao contrário, todos prezam pelo bom gosto. Pode apostar.)

22.2.10

Vamos falar algumas verdades sobre Caxias.

Aqui teu sobrenome conta sim, afinal um parentesco sempre é sinônimo de tentar dar um jeitinho. Jeitinho que é coisa de brasileiro, mas aqui ninguém admite isso, porque todo mundo é Europeu. E lembre-se o importante é ter descendência, mesmo que os teus parentes da Itália não saibam quem você é se recusem qualquer tipo de contato. 
A Festa da Uva acontece de 2 em 2 anos e envolve 3 principios: vaidade, política e tradição. E os 3 andam juntos e embutidos. Toda ideia nova é ruim, mas quando é aprovada pela população é patrimônio. Mudar o Desfile da Sinimbu é praticamente um pecado. Agora trancar uma das ruas principais de uma cidade de meio milhão de habitantes não é. 
Falando em ruas, a cidade cresceu, o número de carros também, mas mesmo assim não existe um engenheiro de trânsito competente para mudar a malha urbana da cidade. Acho que querem tanto que Caxias seja Londres, que preferem que o trânsito pare e assim se pareça ainda mais com a Capital Britânica. Afinal, alguém sabe me explicar porque todo movimento de entrada da cidade desemboca na Sinimbu?
Falando em mudanças a única mudança rápida diz respeito a demolição da arquitetura antiga. Isso todo mundo faz que não vê. Pelo jeito patrimônio cultural não engrandece ninguém. E só é bonito aquilo que é novo. (já falei disso aqui)
Os restaurantes que mais duram são aqueles que tem cara de simples, servem filé, massa, tortéi e galeto. Pouco importa que o preço seja salgado, contanto que se conheça o dono. 
O mesmo se vale pra cena noturna, na qual a fila é sinônimo de noite boa. E os privilégios de poucos parecem não ser notados.
Na verdade esse principio vale pra tudo, desde salões de beleza, lojas até posto de gasolina. 
Aqui a meritocracia parece ser esquecida na maioria dos casos e a "irmandade" prevalece.

Essa é a nossa Caxias.
É assim que a gente funciona. E nem adianta tirar o corpo fora.



19.2.10

além do que se vê

Tenho certeza de que o que eu vou falar não é nenhuma novidade. Mas entenda: nem sempre o que importa são as novidades. As vezes é necessário escutar duas vezes pra se entender. As vezes 3, 4, as vezes uma dúzia. O que importa é o momento em que se ouve. Afinal a interpretação faz a mensagem.
Mas o que eu queria falar para vocês é que na vida as pessoas sempre se encontram duas vezes. Escutei isso em um filme alemão há algum tempo atrás, e permaneci com isso como uma verdade. E a vida tem me dado provas disso. 
Por isso não cuspo pra cima e nem esbanjo as minhas certezas, afinal elas não precisam vir a luz para serem certezas.
De qualquer forma pensar nisso (da história dos 2 encontros) antes de tomar qualquer atitude é imprescindível para manter uma vida espiritualmente saudavel. 
Lembre disso. 
E tente ir além daquilo que se vê.

9.2.10

era uma vez

em uma carta guardada...


"Acredito que existem razões nem tão óbvias para que, de tantas pessoas que passam em nossas vidas, somente algumas permaneçam por mais do que alguns dias, semanas ou meses. E essas razões vão se clareando ao longo do tempo e é necessário ter paciência para algum dia entender.
[...]
Temos a sorte, de sermos românticos o suficiente para acreditarmos nos simbolismos e não pararmos na superfície. De termos coragem de captar a essência por traz de tanto concreto e de tanta hostilidade humana. Por não termos medo de expressar nossas palavras com delicadeza e de imaginar sub-mundos exatamente da maneira que sempre sonhamos. E mais do que isso, temos a sorte de contarmos um com o outro para buscarmos esses frutos deliciosos da nossa imaginação.''




é disso que a vida deveria ser feita, de palavras bonitas, de sensibilidade, de sentimento gratuito, de romantismo.


de fotos antigas, de poesia.

26.1.10

e ai?

Por um minuto vamos esquecer o fim do mundo.
Os terremotos, as enchentes, as ventanias.
Vamos fazer de conta que não existe o frio que mata, nem o calor que desestrutura.
Encarnar o silêncio e rezar.
Deixar de lado as manchetes tristes e o número de mortos.
Tentar lembrar da vida.
Da vida sem tragédias, sem medos, sem paranóias, sem profecias.
Conseguiu?
Ok.Agora liga a TV de volta, espalha de novo os jornais e deixe a utopia de lado:
Será que algum dia as coisas vão voltar a ser o que eram?