7.5.09

ano novo.

Fiquei um pouco afastada dessas páginas por alguns dias, mas o motivo eu explico: organizar.
Sim, antes de tudo é preciso manter a vida real organizada antes de voltar ao nosso "segundo mundo", que tantas vezes se confunde com o primeiro. 
Não sei se eu já me apresentei, mas a parabólica que vos escreve, mais do que uma curiosa nata e uma romântica por vocação, é também publicitária por opção. No final desse ano recebo o canudo e...
tá, e aí que nem sei o que muda de verdade. 
Essa é uma boa pergunta, será que muda alguma coisa?
Existe uma lógica a qual todos estamos inseridos que compreende o seguinte pensamento: precisamos esperar a conclusão de uma fase para que finalmente algo aconteça. O problema é que essa espera tem se tornado circular, ou seja, ao final de cada fase iniciamos outra e continuamos a esperar o fim dessa em busca de que algo aconteça. 
Pra ficar mais claro, vou exemplificar. Quando estamos no segundo grau esperamos ansiosamente a formatura para que finalmente a nossa vida comece. Ai prestamos vestibular, entramos na faculdade que tanto idealizamos e aí? Bom e aí que voltamos a esperar a nossa colação de grau para que finalmente comece. Ok, ai recebemos o canudo, e no dia seguinte acordamos e pensamos? "Preciso fazer uma pós, aí sim vou estar preparado pra começar a vida." Nos matrículamos na pós, e aí? E ai começa tudo outra vez.
Intríseco a isso estão outras questões mais particulares, que envolvem a saída de casa, o casamento, a abertura do seu próprio negócio, o nascimento de um filho. Afinal quantos marmanjos de 30 e poucos anos você conhecem que não saem de casa porque estão esperando alguma coisa terminar antes? Quantas vezes você deixa de colocar seus planos em curso esperando um diploma?
Esquece-se assim que, nesse meio tempo, a vida passa e não volta. E que não existe mágica que determine que no fim de uma etapa finalmente aquilo que esperamos vá começar. Não depende de uma força externa a construção de um objetivo, depende de nós.
Por isso, não espere o final do ano para buscar novas metas.
Faça você mesmo o seu novo ano.
Quem sabe ele não deve começar agora?

24.4.09

falando nisso...

ai vão duas músicas que simplesmente me deixam feliz:




sobre a felicidade alheia.

É triste dizer isso, mas parte dos seres humanos não sabe lidar muito bem com a felicidade alheia. E é essa é  grande e má raiz da inveja.
Pode ser apenar uma percepção errônea minha, mas parece que para muitos é mais fácil se aproximar e dizer palavras prontas quando alguém está triste (mas também não muito triste) do que quando alguém está feliz e satisfeito com a sua própria vida.
Parece que existe uma certa vergonha de compartilhar a felicidade do outro e de não desconfiar dos motivos que levam o outro a estar sorrindo de orelha a orelha. Ao invés de simplesmente sorrir junto, sempre tem aquele que pergunta:
- Que que houve que tá toda felizinha(o)?
Ai a pessoa conta entusiadasmente o motivo, e a outra completa sem jeito:
- Ah (pausadamente) que legal! Fico feliz por ti (sorriso rápido).
E aí logo depois vem uma pergunta pra quebrar o clima:
- Tá, mas e aquele outro lance lá que não tava muito certo?

A verdade é que demonstrar felicidade nem sempre é bem vinda. Quem nunca se sentiu sendo incoveniente só porque naquele dia está se sentindo a pessoa mais feliz do mundo? Quem nunca deu de cara com alguém que faz a felicidade parecer ruim? 
Mas ser feliz não é ruim, é?

Não sabote a felicidade alheia, afinal, ela é a coisa mais delicada e realmente importante que podemos ter.


16.4.09

Esse vídeo aqui combina com o post de ontem.
vale a pena.

15.4.09

sentindo os sentidos e dando sentido.

Existe uma dialética nesse nosso novo mundo, nessa pós-modernidade quase pós-pós-modernidade: se o individualismo cresce acelerado, por outro lado não queremos mais ficar sozinhos. Pra isso criamos diversos meios que incluem religiões cada vez mais intimistas, tecnologias que permitem estar sempre conectados, realitys shows (sim, porque nada supera mais a sensação de não estar sozinho do que ligar no pay-per-view do BBB de madrugada). 
Mas esses métodos de conexão ao invés de curar a solidão, a tornam mais nítida. Afinal, quando chegamos em casa numa quarta-feira a noite, dia de jogo de futebol, sofá e pipoca, nada encomoda mais do que não ter com quem gritar gol em tempo real (sem jet lag da internet). E se a chuva começa, não tem nada pior do que não ter a quem abraçar e se aconchegar a noite toda, e nessas horas o telefone não basta, ele só acentua a angústia de não poder sentir o toque.
Bem verdade que o homem aprendeu a dominar a audição e a visão, tornando-a cada vez mais permanente. Mas infelizmente (ou felizmente) ele ainda não conseguiu simular o olfato, o toque e o gosto. E são esses 3 sentidos que nos deixam solitários mesmo que pelos olhos e pelos ouvidos estejamos sempre acompanhados. 
Sei que a tecnologia não tem limites e que aos poucos até o cheiro e o gosto tornam-se dados de fácil disseminação, no entanto, o toque, esse, dificilmente será substituído, ao menos, de maneira completa.
Hoje, por exemplo, eu sinto falta do cheiro, do toque e do gosto de muitas coisas, e não há página no google que possa me satisfazer.