1.6.09

backspace.

Depois de um tempinho longe daqui, estou de volta. E com alguns assuntos em pauta pra escrever.
Eu deveria começar pela minha leitura de Buenos Aires, mas o frio que toma conta das ruas, do meu quarto e de todo o meu sistema circulatório só me deixa escrever sobre uma coisa: erros.
Erros? Pois é, ninguém tem gosto em escrever sobre eles, mas percebo, hoje, que é extremamente necessário. 
Eu erro, você erra, nós erramos, eles erram. Acho, inclusive, que a nossa vida é feita de tantos erros, quanto de acertos. 
Às vezes simplesmente passamos por cima dos nossos erros e dos erros dos outros, fechamos os olhos, a boca, o nariz, o coração. Não faz diferença. 
Outras vezes, porém, a gente sente que realmente errou. A sensação nos faz creer que não existe mais conserto. Foi-se. Agora não dá mais. Nosso corpo parece paralisar, as mãos esfriam, os pés congelam, a garganta tranca. Como encarar o erro? Cavar um buraco e enfiar o rosto dentro parece ser a opção mais confortante. Gritar desesperadamente logo passa pela cabeça. Chorar, talvez. Correr, quem sabe. Mas nada disso soluciona a dor. Será que o erro sempre é uma dor? Ou será que o erro pode ser uma solução?
Eu, por exemplo, descobri que eu errei. E não uma vez só, mas várias. Acumulei erros sobre erros, e agora me sinto sufocada por tudo. E o meu erro não foi matar alguém, não foi causar danos graves a patrimônios públicos, nem usar drogas ou coisa parecida. O meu erro foi achar que eu nunca estava errada. Foi achar que o erro dos outros era sempre pior que o meu. Mas meu erro não foi errar, o meu erro, foi só perceber agora que, sim, eu sou humana, e humanos foram feitos para errar.
E recomeçar.


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