3.6.09

buenos aires.

Semana passada embarquei em um voo rápido até o país dos nossos hermanos. Hermanos esses, que diga-se de passagem, não tem a mínima simpatia por nós brasileiros, e nós brasileiros também não temos muito apreço por eles. Achava que isso era história para fazer charge em jornais, mas pelo que eu percebi no atendimento das lojas e no tratamento em geral, a antipatia é verdadeira. 
No entanto, precisamos admitir, Buenos Aires é um alimento aos olhos, ao coração e ao estômago. 
Logo que cheguei, a primeira coisa que me chamou atenção foi a conservação dos prédios antigos. Fiquei hospedada no NH Florida, que fica na San Martín, quase esquina com a Galeria Pacífico. Ao contrário do padrão brasileiro de não dar o devido cuidado as obras antigas, ali os prédios, no seu geral, conservavam a beleza clássica dos seus traços, com portas grandes e ornamentadas. 
Combinado a isso, nunca vi uma cidade com tantos monumentos. Detalhe: quase todos são presentes de outros países em homenagem aos 100 anos da revolução de 25 de maio. Revolução essa que estava sendo comemorada nos dias em que eu fiquei na cidade. Era o início da comemoração do bicentenário da independência argentina (imagina que ano que vem o número de monumentos vai duplicar), e o festivo foi marcado por shows nas ruas, protestos e fitinhas celeste e branco.
Isso foi outra coisa que me encantou na argentina: o movimento político social. Ao contrário de nós brasileiros, eles não ficam sentados na sala de casa reclamado o tempo inteiro, eles vão as ruas, eles penduram faixas com reclamações, eles falam.  Se dá resultado? Acho que não, afinal, o país não anda muito bem e a "víbora" (como eles mesmos denominam a presidente) continua fazendo besteira. Mas pelo menos eles vão as ruas e exercitam o seu papel de cidadão em uma sociedade democrata.
Mas voltando a beleza da cidade, eu precisaria de muitos caracteres pra descrever tudo que me fez acha Buenos Aires um lugar para se viver. A flor mecânica, o Puerto Madero, o Palermo Soho, a Recoleta, o Jardim Japonês, tanta coisa. Bonito ver uma cidade que consegue mesclar o moderno com o antigo, sem perder o charme de uma capital latina. 
Além disso, Buenos Aires aquece o coração. Pra mim não há melhor descrição da paixão do que o tango. O tango é intenso, é vermelho, é triste e ao mesmo tempo sereno, ele arrepia, invade a alma e encanta qualquer ser que tenha coração. O som das gaitas e violinos invade as ruas, seja na Florida, no Caminito, em San Telmo ou em um show de tango ao estilo Broadway. Gardel, o uruguaio mais argentino que eu conheço, é reverenciado a cada esquina, e pensa-se com carinho, que ele se foi cedo demais. 
Pra completar, a capital argentina agrada ao paladar. A carne, dispensa apresentações. O vinho, é excelente e aquece o corpo. Os doces, são inesquecíveis. E o sorvete, é indispensável até no frio que vem do sul. 
Agora, Buenos Aires, também é querida pra mim e vai ser um destino constante, se o preço das passagens áreas colaborarem, é claro.

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